sábado, 29 de fevereiro de 2020
29 de fevereiro
Ora, e se me furtam o horário de verão, que, por sua vez, me furtava volta e meia uma hora, mas devolvia meia e volta, pra eu pensar em quantas voltas meu pensamento consegue dar em torno do planeta buscando tuas panturrilhas, que será que consigo matutar então nesse quarto de rotação, ora furtado, mas que retorna em translação, somado já a seus três irmãos? Quantos poemas consigo te escrever em um 29 de fevereiro? Quantas voltas em meu quarto sonhando teu queixo até que se somem mais três quartos e haja um novo bissexto? Quanto texto e quanta prosa cabe em uma ampulheta, quanta conversa pra botar em dia, mesmo que seja em um dia extra? Extra-grande, GG, a vontade de fazer saltar um dia do calendário só pra que meus pensamentos possam, por ventura, encontrar os teus no mesmo giro.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
Cortázar - poeticamente
"[...] a realidade, seja ela qual for, só se revela poeticamente."
(JULIO CORTÁZAR - In: "A Teoria do Túnel")
(JULIO CORTÁZAR - In: "A Teoria do Túnel")
chá às três da matina
hoje abracei a saudade
conversamos até as três da matina
passei um chá
e falamos do teu joelho esquerdo
conversamos até as três da matina
passei um chá
e falamos do teu joelho esquerdo
travessia das horas
Atravesso a hora
à verso
pra te achar dormindo
pra te achar
pra achar um verso
que cruze a madrugada
siga de cruzeiro
barco, nau
até teu travesseiro
siga teu calcanhar
até o fim do mundo
à verso
pra te achar dormindo
pra te achar
pra achar um verso
que cruze a madrugada
siga de cruzeiro
barco, nau
até teu travesseiro
siga teu calcanhar
até o fim do mundo
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
Galeano - Moría la muerte
“Muchas veces me moría
pensando que no iba a verte.
Pero moría la muerte
cada vez que te veía.”
Autor: Eduardo Galeano
pensando que no iba a verte.
Pero moría la muerte
cada vez que te veía.”
Autor: Eduardo Galeano
Libro: la canción de nosotros
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
Quisera
Quisera eu que teus quereres cruzassem com os meus numa encruzilhada às três da matina em noite de Lua. Quisera que teus cotovelos roçassem meu verso em poema de amor. Quisera que teus devaneios achassem meu rumo mais rápidos que um raio.
domingo, 23 de fevereiro de 2020
Luneta
Minha luneta aponta pro teu calcanhar
por sobre um milhão de telhados
refletindo um milhão de desejos
em cores de carnaval
em telas de Chagall
em poemas apertados contra o peito
eu aperto mais o olho
pra chegar mais perto
mordendo o ar
por sobre um milhão de telhados
refletindo um milhão de desejos
em cores de carnaval
em telas de Chagall
em poemas apertados contra o peito
eu aperto mais o olho
pra chegar mais perto
mordendo o ar
sábado, 22 de fevereiro de 2020
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020
tendão
Transformo teu tendão em poesia, e tendinite é poema te abordando na esquina pra te lembrar de ver o pôr-do-Sol em dia de festa das letras
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020
Tangente
Miro tua tangente, tangerina, tua retina, a reta que topa com a minha no infinito, teu mito fundador, tua dor, teu céu de fevereiro, o carnaval das tuas ideias
terça-feira, 18 de fevereiro de 2020
Braço e abraço
Ponteiro
aponto o segundo
primeiro teu passo
eu passo
estendo meu braço
um abraço
a teu mundo
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020
domingo, 16 de fevereiro de 2020
bolo de ameixa
O domingo jaz, suspenso, até segunda, ou até que um unjo sussurre três vezes teu nome e eu sonhe sonhos de bolo de ameixa, e bula teu sono o mesmo anjinho de asas tortas, e bagunce tuas mechas por mim, enquanto tu sonha meu verso capim-limão e a gente se topa num take de filme chinês.
sábado, 15 de fevereiro de 2020
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
Sobre tesourinhas e o ossinho do tornozelo
A chuva enxarca o carnaval nessa terra de meu deus
testando a fé dos homens
e as tesourinhas
nessa engenharia de fluxos e pensamentos
os meus transitam
das traquinagens do gato ao ossinho do teu tornozelo
um dia hei de descobrir o nome desse ossinho
ou, melhor ainda, nomeá-lo
com um anagrama do teu nome
interrompo o poema nove vezes
pra saber das aventuras felinas
e São Pedro alaga ruas e desconstrói bloquinhos
testando a fé dos homens
e as tesourinhas
nessa engenharia de fluxos e pensamentos
os meus transitam
das traquinagens do gato ao ossinho do teu tornozelo
um dia hei de descobrir o nome desse ossinho
ou, melhor ainda, nomeá-lo
com um anagrama do teu nome
interrompo o poema nove vezes
pra saber das aventuras felinas
e São Pedro alaga ruas e desconstrói bloquinhos
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020
Loudly
"I remember when
your eyes
said love
loudly"
Charles Bukowski (from the poem ’the miracle is the shortest time’)
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
terça-feira, 11 de fevereiro de 2020
Sete
Por sete dias e sete noites mergulhei abismos de sete léguas pensando teu colo e tua psiquê, teu porquê, os abraços que as letras trocam enquanto brincam de dançar palavra, a valsa que desenha teu nome, por sete sexta-feiras eu busquei a Lua e São Jorge, pra me emprestar o cavalo e trotar até tua janela pra declamar sete poemas, serenatas de deixar as sereias verdes de inveja.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020
domingo, 9 de fevereiro de 2020
Refúgio
Busco refúgio no canto aonde vão as tuas noites sem sono, nos pensamentos que furtam minuto ao tempo, nos olhos perdidos no horizonte, nas letras do outdoor que desenham teu nome, no filme coreano que pinta um mundo distante, nos telhados que se debruçam sob minha janela, na música que faz o dia ganhar cores, no vento que canta melodias de domingo de noite...
sábado, 8 de fevereiro de 2020
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020
Verdades e meias²
Verdades e meias
sete vezes a vontade
cabalística
de cravar
três mordidinhas
em teus tornozelos
noves fora
a vontade
de te tirar as meias
e deixar só as verdades
sete vezes a vontade
cabalística
de cravar
três mordidinhas
em teus tornozelos
noves fora
a vontade
de te tirar as meias
e deixar só as verdades
Verdades e meias
A noite veste a madrugada e o vento caçoa de minha vontade de aquecer teu pezinho, sussurrando em meu ouvido a cor de tuas meias.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020
terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020
dedos dormentes
E cada palavra é mágica e deixa os dedos dormentes, resvala nos dentes e constrói castelos de cartas de amor, castelos ridículos, castelos de torres de café, pra reconstruir a segunda, dia da Lua, dia de querer voar em teus calcanhares.
domingo, 2 de fevereiro de 2020
Poetry - Bukowski
"Poetry is what happens when nothing else can."
("Writing," New Poems Book Three)”
― Charles Bukowski
sábado, 1 de fevereiro de 2020
vestido de saudades
Tem dia que visto a saudade como quem veste roupa nova, pra apresentar ao mundo e passear com a noite... noutros dias, visto a saudade como se fosse aquela camisa gasta e confortável que usamos pra dormir, e que mais parece um abraço... mas estou sempre vestido de saudades.
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