feito morango, mordo teu cotovelo,
feito quarta-feira,
até ficar vermelho,
feito feriado
antes de a poesia acabar, falarei das tuas mãos
um minuto antes de a poesia acabar, haverá ainda um minuto para passear com as palavras conversando sobre tuas mãos
de mãos dadas, as palavras e eu, que não há de haver melhor forma de fazer poema sobre tuas mãos que dar as mãos às próprias palavras
e tratar do tato
e tatear
todas as sensações que a tua palavra mão acrescenta à base da minha coluna, já quando de olhos fechados
já quando de relógio parado
nesse minuto
de mãos e poesia e final de mundo
e vê se faz alquimia, faz Arquimedes inventar teorema, faz Deus criar um poema, em língua do "p", por favor, pr'eu rimar com teu calcanhar, nessa vida ou na outra, na horta, com teu pé de hortelã
eita que se eu soubesse da palavra a metade te dizia era em dobro da vontade de dobrar tua esquina e nomear a travessa e te tascar um beijo de fazer Vênus brilhar um tiquinho mais