terça-feira, 30 de abril de 2019
segunda-feira, 29 de abril de 2019
Teu sapato
No encalço
do teu sapato de laço
passeio a cidade
eu passo
dou meia-volta
tropeço
peço tua meia
confesso
faço até prosa
até prece
até presepada
e verso
do teu sapato de laço
passeio a cidade
eu passo
dou meia-volta
tropeço
peço tua meia
confesso
faço até prosa
até prece
até presepada
e verso
domingo, 28 de abril de 2019
sábado, 27 de abril de 2019
garrafas
eu, náufrago de ilha cercada de terra por todos os lados, lançava poemas em forma de garrafa que buscavam tua nau, passeava o horizonte com os olhos, imaginando tua silhueta, teu sorriso brotando quinem verso e tuas certezas tão bonitas.
sexta-feira, 26 de abril de 2019
quinta-feira, 25 de abril de 2019
vogal mais consoante
pasmado e obsceno, observava tuas vogais ao som da implacável vitrola... por certo, cada "a" de teu ser ressoava com uma minha consoante e, em minha cabeça, faziam par e se lançavam a um abraço silábico, categórico, balbuciante, em uma sucessão frasal... deleite era imaginar o som de tua voz pronunciando sílabas sem aparente nexo, mas que, num contexto, significavam mais do que manuais que almejem construir sistemas que expliquem o sentido do número quarenta e dois...
quarta-feira, 24 de abril de 2019
Coruja²
E o tal olhar, fundo qual suspiro, há de pintar tuas bochechas de vermelho por, ao menos, cinco gerações.
terça-feira, 23 de abril de 2019
Coruja
E, numa dessas vidas, talvez como coruja, hei de te encontrar em alguma ruela de São Petersburgo, ou Campina Grande, e deitar um olhar profundo sobre a tua nuca que transcenderá coordenadas geográficas. E, nesse momento, haverá de surgir algo além de latitude e longitude.
segunda-feira, 22 de abril de 2019
torrente
E indo eu ia, e rindo eu ria, gerundiava, buscando aquela volta que dava teu cabelo, e lindo dia, eu descia a ladeira, ladeirava o verso, fazia da palavra um vaso e tacava um girassol dentro, e eu poesia, eu ia, indo, rimando teu nome em caderno vermelho, eu nomeando cada taco teu, tocando teu nome com a palavra, eu ia, palavreando, pra rimar teu nome com o meu
domingo, 21 de abril de 2019
Coelho
Fosse um coelho, te buscaria com meus bigodes de coelho e, sendo da páscoa, te construiria um ovo 70% cacau e embrulharia em papel recheado de versos. Cada verso uma mordida.
sábado, 20 de abril de 2019
Gato
Se eu fosse um gato, pensaria coisas de gato, passearia pelos telhados e namoraria a Lua. Teria sonhos de gato e, nesses sonhos, tu seria, por evidente, uma gatinha, passearia com tuas patinhas de gata, e teu nariz de gata, e eu te declamaria um poema em forma de miau.
sexta-feira, 19 de abril de 2019
quinta-feira, 18 de abril de 2019
Bem assim
E o vento canta na minha janela, pergunta dela, rima barato, mas vejam só, ao menos rima, ouve da minha sina, um vento forte, quiçá do norte, levanta a roupa do varal, carrega, até, então, poema, coração, e chega no quintal dela, pra lá cantar também, dizer quanto quero bem... bem assim
quarta-feira, 17 de abril de 2019
terça-feira, 16 de abril de 2019
longe
longe é palavra feia... quando o "l" bem se sabe que podia redundar em "lábio", e o "o", oh, nem falo do "o" mas meu nome taí... o "n" namora com a noite, que convida pra perto, pertinho, inda mais quando tá um frio de bater o queixo... o "g" a gente imagina um gato no muro, ou gata, na calçada, mas pode muito bem ser verbo, a gosto.... e o "e" junta as coisas, aproxima, tira pra dançar, declama poesia, acrescenta o frio na barriga...
segunda-feira, 15 de abril de 2019
domingo, 14 de abril de 2019
sábado, 13 de abril de 2019
sete suspiros e contando
Sete suspiros e meio
e eu meio que paro pra olhar pro céu
um café
que café é suspiro líquido
então já passa dos oito
e já se foi a cabala
oras
mas são quase seis
e o Sol deve estar se pondo
tímido, atrás de tantas nuvens
nove suspiros
e nos dez eu construo, já, teu joelho
o direito, hoje
e eu meio que paro pra olhar pro céu
um café
que café é suspiro líquido
então já passa dos oito
e já se foi a cabala
oras
mas são quase seis
e o Sol deve estar se pondo
tímido, atrás de tantas nuvens
nove suspiros
e nos dez eu construo, já, teu joelho
o direito, hoje
sexta-feira, 12 de abril de 2019
quinta-feira, 11 de abril de 2019
Em tempo
Em tempo, eu te escrevo, impulsiono a palavra, pra frente, um tantinho, um tijolo, uma ponte, pro frio na barriga, pra fé no poema alcançar o céu da tua boca.
quarta-feira, 10 de abril de 2019
maieutica
Poesia é palavra prenha
maieutica de poeta de esquina
quina da mesa, por vezes,
noutras
é abraço que estica
mais um pouquinho
quase te alcança
toca teu cotovelo
vela teu sono
sai por aí e escreve em muro
eita, se minha letra não fosse feia
maieutica de poeta de esquina
quina da mesa, por vezes,
noutras
é abraço que estica
mais um pouquinho
quase te alcança
toca teu cotovelo
vela teu sono
sai por aí e escreve em muro
eita, se minha letra não fosse feia
terça-feira, 9 de abril de 2019
segunda-feira, 8 de abril de 2019
Doce de banana
Em noite de chuvinha fina, me cubro de palavras e vou sonhar teu mindinho. Eita, e se uma dessas palavras é do teu vocabulário? Convido prum café. Conto logo do sonho que tive. Ofereço doce de banana. E quem em sã consciência recusaria doce de banana?
domingo, 7 de abril de 2019
Dama de copas
Dorme, dorme, dama de copas, noite é viagem, estrada é estrofe, caminho de verso, e o céu que te vela também é meu céu. Assim, quiçá, em sonho, o céu da tua boca se estende até minha cabeceira.
sábado, 6 de abril de 2019
sexta-feira, 5 de abril de 2019
Sobre nomes
E a certa altura decidimos nomear tudo. E um cachorro se chamava, já, cachorro, porque tinha quatro patas, a gentileza do mundo, e talvez porque não fosse um pato. Panturrilha era panturrilha, mas também era batata da perna, e há de se dizer que é uma escolha muito mais acertada, apetitosa, até. E tinha um taco da noite que tinha porque tinha teu nome escrito nela. Juro pelo pão de queijo quentinho que um dado espaço de tempo da noite era destinado a que a imaginação percorresse as alamedas que davam na tua nuca, ou desembocavam em tua orelha (por mais das vezes a esquerda), ou embocavam mesmo, levavam à boca, que é casa da palavra mas é também abrigo do beijo, oras... refúgio do teu sorriso de fazer corar o poema... ou subiam uns dez minutos, dobravam uma esquina com uma roseira branca e calhavam de aparecer bem na voltinha do teu nariz... o endereço variava, por vezes, se o bocado da noite beijava o Sol que se despedia ou o que se apresentava já renovado, ou se vinha de mãos dadas com o sonho em pincel, te pintando em cores que ainda hei de nomear.
quinta-feira, 4 de abril de 2019
quarta-feira, 3 de abril de 2019
terça-feira, 2 de abril de 2019
Como há de ser
Povoam meus pensamentos, teus predicados, alinhados em papel A4, tuas primaveras, expostas na linha-mestra do teu sorriso céu-de-fim-de-tarde, teu caminhar, gravado já na pupila que te admira, olho fechado, fingindo abraço... E tem teu baço, meu anti-spleen, poema assim, como há de ser
segunda-feira, 1 de abril de 2019
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