terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Way different than "To be"




















Toda a infinita miríade de possibilidades que habitam esses três pontinhos

domingo, 26 de fevereiro de 2017

lua















lua espreita do cantinho da janela,
charmosa quinem tu

Le chat - Baudelaire


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Ode ao tato



























falo, por cotovelos e emails, te tagarelo digitalmente, e, no entanto, almejo mesmo é as minhas digitais em tua nuca
cavaco, calendário, caderno de poemas, digital, varal de versos, e tal, tão, assim, teus

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

trato e retrato
















Desconstruo-te em ênclise, te reconstruo em próclise, eu quebro a cabeça em cada quadrante... dou voltas ao mundo ao pensar no teu nariz (rodopios e piruetas habilmente disfarçados na fatídica cadeira giratória do trabalho)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Time after time

Vai, germina teu verso, em manhãs longas e naquela batida que o coração saltou, despeja teu ar de inconstância na semana que aguarda por um só gesto para ser algo além de uma sucessão de dias

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Toujours

Sois toujours poète, même en prose.
Baudelaire

domingo, 19 de fevereiro de 2017

2 minutos pra meia-noite

E tua ausência compartilhava os derradeiros minutos do domingo a noite comigo, nessa lúgubre penumbra que separa dias úteis de dias consagrados ao santo ócio... sim, dividiamos um belo pedaço de bolo de chocolate, que atentava contra toda a sorte de conselhos que possam brotar de um Drauzio Varella e, no entanto, alçava aos céus essa uma utilidade da língua que é o paladar, sem, no entanto, saciar outros sentidos que também dizem respeito a esse visceral taco de carne que habita nossa boca!

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Uma hora a mais pra pensar na curva que a tua silhueta desenha...

Frida no Sábado com uma hora a mais


deliro em tempo outro, pés pelas mãos, um palmo e meço teu pesar, febril, eu faço de conta, conto pro papel, confidencio à janela

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Mais vidas do que um gato pode contar


Quantas vidas bastariam pra todos os beijos guardados?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

paper boat


Faço barquinhos de papel com os poemas que te escrevo...

O momento que precede a viagem


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

olho esquerdo


Certo dia o olho esquerdo de Clarice começou a crescer, e logo era maior que a cara. Sentia-se kafkiana. E Clarice começou a ver o que ninguém mais via. Mas não havia vocabulário que expressasse o que enxergava, por isso ninguém jamais soube o que via Clarice, mas ela sorria...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Questão de anatomia

agora mesmo lamberia teu calcanhar, caminho pro céu, eu me deteria por um instante e sonharia com a textura da tua língua em atrito com meu verso

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Adelante


Marcha, ó fiel Rocinante, que Dulcineia me espera ao dobrar de uma esquina
Para além dos gigantes, além das fronteiras, além dos boletos...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

You cross my mind
Just like the previous night
Just like any other night
A long trip

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

il pleut!

As nuvens transitam
céu de Brasília
objeto indireto
todas as minhas preposições pedem teu nome
e tu, intransitiva

domingo, 5 de fevereiro de 2017

o casal - ganchos - Jean-Pierre Augier - 1977


No balanço do teu compasso
Eu acho o passo
Eu perco o rumo
Eu me aprumo
E tembém me entorto

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Tongue

"this zeal of their tongues was not a sensual necessity but an urgency to let each other know that what they were about to make love, right away, instantly, fully and wildly without losing a moment. their saliva had nothing to do w/ desire or pleasure, they were messengers."
-Milan Kundera, Identity

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Las palabras

E ainda assim a gente tenta, remenda, retoca, gagueja, enfrenta o dragão de São Jorge em noite de Lua cheia... mesmo sabendo que o verso não basta. Agarramo-nos a ele, ainda assim, na esperança de que também transborde, em uns olhos fechados que dancem no escuro.