domingo, 29 de julho de 2018

Até acordar!

Escrevo janelas
Janto rimas tortas
Tortas de polissemia
E pode um trem desses?
Domingo sem tuas madeixas
Doce de ameixa sem o teu nariz
Universo, dois versos e o inverso
Playlist que te busca e busca, repeat
Repito baixinho teu nome até acordar

Milímetro
















Cabe um infinito de sonhos também...

sábado, 28 de julho de 2018

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Eclipse da dona Lua

Lua brinca de se esconder, 
vai pra onde tu tá, 
talvez, 
fugindo de meus olhos devoradores. 
Lua carrega a luz da noite, 
fica rubra,
encabulada,
ciosa de tuas bochechas,
quinem eu.

O Bando de Maria - O Gosto do Amor

quinta-feira, 26 de julho de 2018

João Cabral de Melo Neto - Os três mal amados (1943) - (apanhado de trechos - Joaquim)

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto, mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão.
          Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

Lirinha no Clisertão 2014

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Beijo é esboço de céu da boca²

Beijo é esboço de música do Caetano,
pé-de-parede,
pôr-do-Sol de Brasília,
é ilha cercada de desejo por todos os lados,
lado da janela,
é ela,
rima charmosa,
é prosa e é verso

Beijo é esboço de céu da boca


segunda-feira, 23 de julho de 2018

domingo, 22 de julho de 2018

Madrugada acorda

E a madrugada dorme, e sonha, noite adentro, sonhos de corar a Lua, sonhos de acordar o galo... sonha noites de tua companhia, a madrugada, em dia de descanso e terço, em quarto de amor e prece... e se a madrugada acorda, é hora de sonhar a borda, é sonho que sonhou teu beijo, é corda pra pular na esquina, é rima pra rimar teu céu, Lua a iluminar teus passos...

Poesia - Raquel Ovelar


quinta-feira, 19 de julho de 2018

quarta-feira, 18 de julho de 2018

terça-feira, 17 de julho de 2018

Eterno - Drummond

[...]
Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o menino recém-nascido
antes que lhe dêem nome 
e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar
na visita do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata
[...]

That's beautiful


segunda-feira, 16 de julho de 2018

domingo, 15 de julho de 2018

O poema e a eternidade

O poema atravessa a semana, te encontra na terça, encurta a segunda, e na quarta faz rima com tua doce cintura... há quem diga que o poema mira a eternidade... nada, mira mesmo é tuas pernas, a eternidade serve mesmo é para cantá-las.

Abrazo


sexta-feira, 13 de julho de 2018

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Com gosto de café

Desvio de bala, era doce, dava cárie, e doce mesmo era teu verbo em dia de Sol, e sorte a minha que corro tanto, verso veloz, até o risco de te encontrar no céu rabiscado em calçada, e conto tanto, até cem, de trás pra frente, fechados olhos, brinco de te buscar, pique-esconde, nos labirintos de concreto e alma que a severina se atreve a nos apresentar, mas sou batuta, reviro os olhos, diviso um jeito de ajeitar constelação, alinhar a Lua, desviar Plutão, mexer com a gravidade e fazer com que tu caia no meu colo, em dia frio, preu te beijar, com gosto de café

terça-feira, 10 de julho de 2018

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Guimarães Rosa

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." Guimarães Rosa

domingo, 8 de julho de 2018

I tilt

And I tilt towards north, look for a star and it's already Sunday. Winter's moon reigns over here and a cold wind whispers in my ear songs of Monday. What do I wish, besides coffee, to a shooting star? A hug, maybe, if it's not too much...

sábado, 7 de julho de 2018

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Boa noite

Para todas as horas em que eu não te disse da tua silhueta em meus pensamentos há de haver um desses pensamentos que sobe em um balão e sobrevoa paisagens dignas de poema até passar por sobre a tua cabeça e te desejar boa noite

quinta-feira, 5 de julho de 2018

terça-feira, 3 de julho de 2018

segunda-feira, 2 de julho de 2018

domingo, 1 de julho de 2018

Vírgulas de domingo

Me escondo é nos versos de domingo, entre um jornal e outro, busco teus vocábulos em potes de margarina, ensaio diálogos shakespereanos tragando o café preto e insondável de domingo, corro quatrocentos metros e a barreira é a vírgula, saltada para aparecer logo em seguida, 

Era preciso