quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Hora torta

Em torta hora, eu me aprumava, pra ver teu Sol fazer sombra no coqueiro. Eu queria era água de coco. Mentira. Água eu tinha era na boca, imaginando tua sombra no Sol pra cá do Equador, essa tal linha imaginária que me remete à tua cintura, e a essa altura todas as linhas me levam não a Roma, mas a teu rumo, e se não sei pronde é, então é só me perder, perder a noção das horas e orar pro Deus do infinito, que é Sol desde antes do tal homem branco bater por essas bandas, e eu me debandando pro lado do sono, pescando teus beijos em semi-sonhos da tal hora torta.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Sweet tooth

Your fluffy hair
Cloud world
Cotton candy
And I have a sweet tooth

domingo, 27 de janeiro de 2019

sábado, 26 de janeiro de 2019

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

4:45

4:45 da manhã e eu espio o relógio percorrer os cinco minutos restantes até a hora de eu ter de me levantar. Isso não é um poema, penso. Me indago sobre próclises e ênclises e como não me soa natural começar uma frase com ênclise, enquanto imagino quantas vezes é possível sussurrar teu nome em pensamento até que o celular apite e a marcha para o chuveiro se transforme em realidade. E nessas horas o pensamento é bicho danado, passeia de Calcutá a Barbalha saltando em um pé só, enquanto tece teorias da conspiração e busca na memória aquele verso de Quintana que não vinha de jeito nenhum quando dele se precisava para fazer frente à voracidade do horário comercial. Cinco minutos, salvo engano é um romance de José de Alencar, mas esse eu não li. Será que tem alguma personagem que me remeteria irremediavelmente às tuas madeixas? O gato jájá reclama que quer ração, mesmo que ainda haja na tigela, e meus passos zumbis atenderão ao chamado, ainda que com um breve resmungo. Fecho os olhos e catalogo frases de músicas que ouvi na última semana. Será que descubro alguma bandinha foda hoje? Meus fones gigantes quase que me isolam do mundo. Agora movo os lábios em silêncio, pronunciando uma letra que gostaria de ter sido eu a compor. Agora isso é poema, talvez.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Praticamente Maiakóvski ilustrado
























Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, 
fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, 
sou todo coração
MAIAKÓVSKI

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Dia e noite

De dia eu calejava pelas esquinas de peixe e lágrimas. De noite sonhava tuas pálpebras, sonhava poemas de Drummond, Cruzeiro do Sul, filmes em preto e branco, eu sonhava teus lábios vermelhos, e as cores do mundo em teu vestido, de noite eu me vestia de sonho e escrevia poesia.

Hesse


Estrelas - Quintana


sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Sobre beijos, abismos e melancias

Preencho o balão de pensamento sobre a minha cabeça com flores da cor de melancia, preencho abismos com promessa de beijo e, a depender do dia, beijo com gosto de melancia, ou café amargo, e chocolate 70% cacau, 100% de chance de ter um poema escondido dentro do tal balão de pensamento, lotado de referências bobas, como o bonde, cheio de pernas, pernas pra que te quero, menos as pernas que quero, quer dizer, no bonde, pois no balão elas pululam, dançam tango com os beijos sabor melancia que preenchem abismos, dá gosto de ver.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Hora do almoço

Já é meidiinha e eu quase que não te escrevo um poema. Ora. Pode não. Palavra é sustância. Almoço substantivo. Sobremeso teu verbo. Experimento com a língua.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

domingo, 13 de janeiro de 2019

Ora bolas

Ora, se a hora não passa, brinco de ir embora pra Pasárgada, Macondo, quiçá, embora saiba que a hora insiste em ficar por esperança de te achar na esquina, de uma hora pra outra, num passo distraído do ponteiro, que escorrega e pisa fora do relógio.

sábado, 12 de janeiro de 2019

Um bom dia para si




















Jeito bacana de dizer "tenha um bom dia". Intervenção urbana em Portugal. Parece que o alvo do desejo terá a posse exclusiva de um dia bom. Algo como quando finalmente compro aquele livro desejado. "Finalmente tenho um Bukowski pra chamar de meu". O abraço vem pra coroar. Dá pra imaginar, desejosamente, que o abraço seja componente indispensável desse tal dia bom. Pronto, e já se fez uma crônica em cima de um belo desejo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O último poema do último príncipe - Matilde Campilho

Era capaz de atravessar a cidade em bicicleta para te ver dançar.

E isso
diz muito sobre minha caixa torácica.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Sem pé nem cabeça

Não tem pé de Pessoa
nem pé de parede
ou pé-de-laranja-lima
que me faça largar do teu pé
pé-rapado eu
inda assim
te ofereço um pé-de-moleque
e não tem pé d'água que me abale
hei de não ser pé-frio
levantarei com o pé direito
e viro até pé-de-valsa, se preciso
só não arranjo um pé de coelho...
o bichinho, tadinho, com pé e tudo, pede teu pé por mim.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Vazia²

Cidade vazia
Passa ao largo
Sem você
Cidade ardia
Ia, não ia
Cidade dizia
Teu nome na esquina
Tua rima
Cidade era dia
Magia, até
De noite fervia
Pedia
Cajuína
Tua sina
Cidade que mia
Assobia
Quanto tu passa

sábado, 5 de janeiro de 2019

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Fosse sexta

Fosse hoje sexta, te escreveria um poema
E se não chovesse, te ofereceria a Lua
Fosse eu, talvez já tivesse feito antes
E, te escrevendo, miraria teu nariz
Acertaria, quiçá, a boca
E diria coisas de sexta-feita
Coisas de pé-do-ouvido
Coisas de pé
Sussurros de ouvido
Canções do vento
Versos de quase-sábado
Quase-poemas
Fosse sexta
Fosse um poema
Fosse tu, eu lia e sorria

Mundo, mundo, vasto mundo...


quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Sobre cores

Visto uns versos cor-de-rosa, pra combinar com teu sorriso da cor do céu...

03. Fotografias // Lau e Eu

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Trago flores e o coração


Rimbaud - Voyelles

Voyelles
 
A noir, E blanc, I rouge, U vert, O bleu: voyelles, 
Je dirai quelque jour vos naissances latentes: 
A, noir corset velu des mouches éclatantes 
Qui bombinent autour des puanteurs cruelles, 

Golfes d'ombre; E, candeurs des vapeurs et des tentes, 
Lances des glaciers fiers, rois blancs, frissons d'ombelles; 
I, pourpres, sang craché, rire des lèvres belles 
Dans la colère ou les ivresses pénitentes; 

U, cycles, vibrements divins des mers virides, 
Paix des pâtis semés d'animaux, paix des rides 
Que l'alchimie imprime aux grands fronts studieux; 

O, suprême Clairon plein des strideurs étranges, 
Silences traversés des [Mondes et des Anges]: 
O l'Oméga, rayon violet de [Ses] Yeux!