domingo, 28 de novembro de 2021

Like a poet


 

Poe

"For the moon never beams, without bringing me dreams"

Poe

sábado, 27 de novembro de 2021

saia, sábado e infinito

saio ao sono, e quem sabe tua saia ganha meu sonho, e eu ganho motivo pra fechar os olhos sorrindo, quem sabe o sábado se estende ao infinito

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Maria Lúcia Alvim - TÍMIDA CONFIDÊNCIA DE UM POEMA

TÍMIDA CONFIDÊNCIA DE UM POEMA

Em tudo há um sentimento
vigilante
que procura vir à luz do dia —
raro nos é dado
saber quando
devemos acender-lhe a boca fria.
É por isso que vamos ficando
cada vez mais fechados —
covardia
ou surdo magnetismo
palpitando
entre o que fala e o que silencia.

Maria Lúcia Alvim

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

terça-feira, 23 de novembro de 2021

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

domingo, 21 de novembro de 2021

coisa

como se a gente não fosse essa coisa torta, essa coisa bossa, que desafoga afogando, rimando onde não há rima, fazendo de cima baixo e de baixo cima, aquém e além, do Bojador e do beijo

sapo e sapiência

se eu soubesse fazer versos, haveria de haver um poema em cada esquina, com teu nome escrivinhado... se eu soubesse tricotar, cobria o mundo com palavras emendadas, dizentes da primeira hora em que meu olho te desenhou em meu reino de desvarios... se soubesse saber, saberia enciclopédias de tua anatomia, tomos e tomos, físicos e metafísicos, metalinguísticos, de corar e descorar, decorar e corar de novo...

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

salvo

salvo o e-mail, salva a musa de Dante, o bilhete em meu livro de Drummond, em minha caixola são salvas as horas em que desenho teu busto no ar, salvo as horas em que tenho de labutar, mas às quais salvo do relógio uns minutos pra rabiscar um verso, rabiscar teu nariz

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

República quântica (republicação)

Subverto o espaço, proclamo a república quântica e reclamo já tua panturrilha a meu alcance, e clamo, via google translate, a divindades de aquém e além, por um minuto, que dure bem mais que um minuto, na companhia dessa tua panturrilha, nesse espaço subvertido e subversivo, vertido espaço poético, dentro do qual a língua tem funções para além do que nossa vã filosofia pode eventualmente conceber.

by @malayo_pa_ang_umaga


 

domingo, 14 de novembro de 2021

porvir e domingo

e, quem sabe, meu verso, se não ganha tua almejada orelhinha, alcança olhos incautos e serve de inspiração, n'algum domingo de chuva de um porvir que ainda não tem nome, para que orelhas sejam desejadas e sorrisos sejam esparramados em palavras

sempre lá


 

sábado, 13 de novembro de 2021

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

terça-feira, 9 de novembro de 2021

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

António Gedeão - Impressão digital

Impressão digital

Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandescente.

Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

António Gedeão

domingo, 7 de novembro de 2021

Nizar Qabbani

 

A função da poesia é fornecer-te um passaporte...
Sem interferir nos detalhes da viagem
No horário dos trens que apanhas
Ou no nome dos hotéis onde te hospedas
A função da poesia
É colocar à tua frente
A garrafa e o copo
E deixar que te embriagues
À tua maneira.

Nizar Qabbani

sábado, 6 de novembro de 2021

sobre

ato minutos em um pensamento sobre a tua sobrancelha, sobre aquela canção francesa que diz sobre querer ser a sombra da mão, sobre o labirinto e sobre pairar no ar, como um "eu te amo" sussurrado

Rotina


 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Adélia Prado

“De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.”
Adélia Prado

Daniel Faria, O LIVRO DO JOAQUIM, edição Assírio & Alvim


 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Uma boa pergunta


 

Literature - Cortazar

“Literature is a game, but it’s a game one can put one’s life into.” —Julio Cortazar

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

poema de um primeiro dia de novembro

e, em dia nublado, te gosto mais que coca-cola... e essa proposição não precisa fazer sentido, nem ter fim, ou começo, pode ser a frase do meio, em um romance escrito em visita de férias a João Pessoa, ou um código secreto a ser desvendado em um artigo acadêmico, enigma em língua do "p" guardado em um caderno infantil, vestígio arqueológico em um traço do que foi a humanidade, a ser descoberto por civilizações alienígenas no que equivaleria ao nosso século XXXV, bilhete passado pra frente na carteira da escola, trecho de carta de amor pessoana e ridícula, advertência do Ministério da Saúde, suspiro poético e saudade, refrão de balada de bandinha fracassada de garagem, mensagem de biscoito da sorte, em garrafa de náufrago, título de tratado filosófico que versa sobre a condição humana, primeira frase balbuciada por nosso filho hipotético e hiperativo ou poema de um primeiro dia de novembro

Doce novembro