domingo, 30 de junho de 2019

Lo esencial - Borges

“Lo esencial es indefinible. ¿Cómo definir el color amarillo, el amor, la patria, el sabor del café? ¿Cómo definir a una persona que queremos? No se puede.”
Jorge Luis Borges

sábado, 29 de junho de 2019

Vida curta²

A vida é muito curta para ser pequena. (Benjamin Disraeli)

Vida curta


sexta-feira, 28 de junho de 2019

Emicida - Passarinhos ft. Vanessa Da Mata

Sobre aliterações e ponteiros

Me calco em todas as aliterações possíveis pra tentar alcançar teus lábios, ignorando as dicas de como escrever bem, bem assim, rimando feio e mirando teu bonito nariz, teu riso, pra buscar um taco do nariz, um tiquinho de nada que seja, e seja, e já, ou na curva do minuto, quando o ponteiro se dobra, e dobra a esquina, e traz teus braços, e sobra o suficiente só pra eu caber num abraço.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

De Quixadá a Marraquexe

Não havia uma esquina de Quixadá a Marraquexe que não colecionasse os suspiros disfarçados de verso que meu espírito emanava e escrevia, em imaginação, paredes afora e pensamentos adentro.

Bárbara Eugenia - Perdi (oficial)

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Mankind's needs!


Domingo abraça, já, segunda

Domingo rumou pros braços da segunda, e eu sono, não, sonho, rasuro no teclado tua nuca, negocio com a noite de inverno um tiquinho do teu sorriso de verão.

domingo, 23 de junho de 2019

sábado, 22 de junho de 2019

O homem da cobra

Quando era pivete, ouvia sempre a expressão "fala mais que o homem da cobra". Com o tempo, variações apareciam "come mais que o homem da cobra", "fuma mais que o homem da cobra". Apesar de que, pra fumo, era mais comum ouvir "fuma mais que uma caipora". O ponto é que sempre vi esse tal homem da cobra como uma figura hiperbólica, alguém que sempre levava as coisas ao paroxismo. Pessoa intensa, esse sujeito, percorrendo esse mundão, acompanhado de uma cobra, munido de lábia e de paixões. Vai ver era um poeta a quem não queriam ouvir mais os versos. Ou um filósofo ignorado por suas ideias perturbadoras. A imaginação passeava, divisando as possíveis ocupações desse pitoresco e hipotético senhor.Tanta volta pra contextualizar uma frase "gosto mais de você que o homem da cobra". 

Moscou - Rússia


sexta-feira, 21 de junho de 2019

Devagarinho 2.0 - Illy, Arnaldo Antunes e Baco Exu do Blues (DKVPZ Prod.)

Abraça-me - Joaquim Pessoa

Abraça-me. Quero ouvir o vento que vem da tua pele, e ver o sol nascer do intenso calor dos nossos corpos.
Quando me perfumo assim, em ti, nada existe a não ser este relâmpago feliz, esta maçã azul que foi colhida na palidez de todos os caminhos, e que ambos mordemos para provar o sabor que tem a carne incandescente das estrelas.
Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida.
Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram.
Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor. Dá-me a beber, antes, a água dos teus beijos, para que possa levá-la comigo e oferecê-la aos astros pequeninos.
Só essa água fará reconhecer o mais profundo, o mais intenso amor do universo, e eu quero que delem fiquem a saber até as estrelas mais antigas e brilhantes.
Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais.
Uma vez que nem sei se tu existes.



– Joaquim Pessoa, do livro ‘Ano Comum’. Lisboa: Litexa Editora, 2011.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

19 de junho

Oxalá , em teu dia, o frio seja frio na barriga, essa sensação, que, em mim, é querer que o mundo te abrace por mim, e que cada átomo, cada tico de tudo te diga de como desejo, almejo, que teu sorriso passeie, da Terra do Fogo ao sal do oceano, do porto ao poema, poente, e retorne ao meu pensamento, onde é casa, morada.
Deus queira, teu sorriso atrevesse continentes, e verse, verseie, em rima mimosa, até prosa, sobre mais de um dia, um ano, uma vida, uma volta no quarteirão, um beijo na mão, na bochecha, no nariz, no sorriso, até.
E, para além ou aquém do divino, de minha parte, uma meia-dúzia de versos sorriem tentando dizer do teu sorriso, em teu dia, e em dia sim e dia também. Mas esse trem em meu peito faz força por não se deixar captar em palavras, e bate, bate, rompendo a estrutura hermética de cada frase.

terça-feira, 18 de junho de 2019

O amor é uma companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
.
“O Pastor Amoroso”. In Poemas de Alberto Caeiro(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Profissão de Urubu – Vamo Combinar

No ritmo

tu tu tu
tu tu tu
tu tu tu

tu e eu
eu e tu
tu tu tu

eu e tu
tu e eu
tu e eu e tu
tu tu tu tu

domingo, 16 de junho de 2019

sábado, 15 de junho de 2019

Sorvete de manga

Me fala do teu ócio que te compro um sorvete de manga... me diz das tuas horas distraídas, aonde pousam teus olhos quando perdidos na imensidão, me conta de quando tu compra pão, da marca do sabão em pó, me conta da metafísica das plantas, da anatomia das samambaias, de quantas saias tu têm, dos pensamentos antes de dormir...

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Doze mais sete

E se, às doze de um dia doze, eu me encanto, rio meu riso e choro meu pranto lendo Vinícius, e viro já jerimum, mundo, mundo, de raras rimas e escassas soluções, então somo mais sete, número cabalístico, multiplicado por mil suspiros, tabuada de gente que escreve versos e perde a conta olhando pro céu

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Tantinho

Barganho com a dona sorte uns três trocados do teu vuco-vuco, uma voltinha do relógio diate do teu ai-meu-deus, pitadinha que seja desse teu aqui-ó. E, se dona sorte for com minha cara, sete léguas e meia do teu mais-pra-cá.

I want my heart to steal your art, oh, wait...


sexta-feira, 7 de junho de 2019

Tem vez

E tem dia que pronuncio teu nome baixinho três vezes pra ver se se realiza

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Sobre paralelepípedos e parquinhos

De paralelepípedo, planejo voo praquelas horas perdidas, entre uma piscadela e outra, quando a gente brinca de largar a imaginação no parquinho pra buscar depois dos compromissos da vida dita adulta. Passeia, então, o coração, esse colecionador de anti-pragmatismos, por terras de um certo nome impresso em garrafas de água com gás. E o dia continua, agora mais ensolarado, entre boletos e o respirar fundo, fundo, quase cavando até o Japão.

Cigarettes After Sex - K.

A fabulosa máquina de beber café


terça-feira, 4 de junho de 2019

segunda-feira, 3 de junho de 2019

tampa do iogurte

lambo a tampa do iogurte
e apelido de teu nariz
sorvete de passas ao rum
e me embriago de tua metafísica
no minuto do café eu penso é na barra da tua saia

Telas e vistas


domingo, 2 de junho de 2019

Lamparina

Esfrego a lamparina,
severina,
até brotar um gênio,
justamente,
pr'eu saber do teu sorriso,
só pra isso

Nanan - Casa da floresta