quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

O próximo verso

E o próximo verso era sempre o mais bonito, mais almejado, carregado coladinho na bochecha, pois era a expectativa da palavra que se descortina, era o som do passo do verbo desejado que se aproxima do limiar da porta, era a vista da janela, era o bolo de fubá que se aguarda esfriar um pouquinho pra dar uma dentada (come quente não, que faz mal), era o Sol depois da chuva, e a chuva depois do Sol, era o carteiro que traz a encomenda, a hora da merenda, a pausa pro café, o pé de manga a se escalar, a manga doce que chega cheira, o eita que se exclama, é a chama... é o próximo verso.

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