quinta-feira, 7 de março de 2019

O mindinho

Certo dia sonhei com teu dedo mindinho, e eu o mordia, só pra ter certeza de que existíamos, o bendito dedo e eu... a dona quase que vinha a reboque, arrastada pela mordida, flutuando em um mundo em que o mindinho era onipresente, dádiva de um Deus que visita os sonhos alheios... a mordida, contudo, era devidamente rodrigueana, marcava apenas o bastante pra demonstrar afeto, pra ser lembrada com carinho... e a roda da vida girava e mostrava que poesia também se faz com mordida... nenhuma palavra era dita no sonho e, no entanto, toda a ciranda de significados estava lá, com tato e paladar... 

Nenhum comentário: