segunda-feira, 4 de abril de 2022

aparar pela rabiola

eu, qualquer dia, importuno o papel com meu rabisco sobre tardes de domingo e a linha mestra que organiza todas as palavras daqui até Calcutá, dia qualquer, eu, um eu qualquer, quiçá eu de domingo à tarde, traçando linhas como quem desenha no espaço com o dedo, tateando sombras, tateando o domingo, já na segunda, tentando aparar uma alma pela rabiola, organizar o catálogo de "até logo", dar "Control F" no logos pré-pendant-pós-epidêmico-apocalíptico, logo eu, membro da seita do meteoro do sétimo dia, dia sim e dia também cultuando joelhos como quem dobra esquinas, dobrando a aposta de que a segunda é um sonho distante, dito por um sonâmbulo que dança inda no pingo do Sol de meio-dia, meio-doido, meio são, que é a parte doida, são pedaços de quebra-cabeças disfarçados de palavras, pedidos quebrados de palavras-cabeça, domingo qualquer, qual quê, de fazer fila indiana, filar o pôr-do-Sol dançando Cazuza, cruzar o mar de pensamentos fluídos que conduz à terra firme(?) dos sonhos com o par de alpargatas desejado

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