quarta-feira, 28 de maio de 2025

Adriele Teodoro


 

gosto e tato

Em meus delírios de pitomba, meus devaneios de seriguela, meus desejos de caqui, de tu aqui, em comum o gosto pelo gosto, incomum, e a vontade do tato, de tocar o teto do céu

sexta-feira, 23 de maio de 2025

arredores

adoro, já, teus arredores, desde antes de chegar a teus joelhos... construo um raio de bem-querência a teu redor, só pra fazer valer meus parcos conhecimentos de matemática, na esperança de que um mais um, em poesia, para além da matemática, queira dizer tu e eu,

Só mais um pouco


 

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Guimarães Rosa


 


















"Todo abismo é navegável a barquinhos de papel."
Guimarães Rosa

Fernando Sabino



"Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!"
Fernando Sabino 

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Hermann Hesse

“Vejo que pensas mais do que podes exprimir. Mas vejo também que nunca viveste completamente aquilo que pensas, e isso não é bom. Somente as ideias que vivemos é que têm valor. Percebeste que o “mundo permitido” era apenas a metade do mundo, e trataste de ocultar a outra metade, como fazem os religiosos e os professores. Jamais o conseguirás! Ninguém o consegue, a partir do momento em que haja começado a pensar.”
– Hermann Hesse, ‘epígrafe’ do livro “Demian”

Sobre transbordar


 

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Mário Cesariny

"Só há três maneiras de viver neste mundo: ou bêbado, ou apaixonado ou poeta.” Mário Cesariny

Sobre abraçar o vento


 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

terça-feira, 13 de maio de 2025

Pepe Mujica (RIP)

“Triunfar na vida não é ganhar, é levantar cada vez que se cai” Pepe Mujica

cartas

te vejo nas cartas

de amor, de baralho, de tarô

em minhas taras

na cartografia do desejo

no desejo

nos poemas

William S. Burroughs

"What does the money machine eat? It eats youth, spontaneity, life, beauty, and, above all, it eats creativity. It eats quality and shits quantity." ~ William S. Burroughs

Carlos Drummond de Andrade

Caso pluvioso

Carlos Drummond de Andrade


A chuva me irritava. Até que um dia

descobri que Maria é que chovia.

A chuva era Maria. E cada pingo de

Maria ensopava o meu domingo.


E meus ossos molhando, me deixava

como terra que a chuva lavra e lava.

Eu era todo barro, sem verdura...

Maria, chuvosíssima criatura!


Ela chovia em mim, em cada gesto,

pensamento, desejo, sono, e o resto.

Era chuva fininha e chuva grossa,

matinal e noturna, ativa...Nossa!


Não me chovas, Maria, mais que o justo

chuvisco de um momento, apenas susto.

Não me inundes de teu líquido plasma,

não sejas tão aquático fantasma!


Eu lhe dizia em vão – pois que Maria

quanto mais eu rogava, mais chovia.

E chuveirando atroz em meu caminho,

o deixava banhado em triste vinho,


que não aquece, pois água de chuva

mosto é de cinza, não de boa uva.

Chuvadeira Maria, chuvadonha,

chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!


Eu lhe gritava: Para! e ela chovendo,

Poças d’água gelada ia tecendo.

E choveu tanto Maria em minha casa

que a correnteza forte criou asa


E um rio se formou, ou mar, não sei,

sei apenas que nele me afundei.

E quanto mais as ondas me levavam,

as fontes de Maria mais chuvavam,

de sorte que com pouco, e sem recurso,

as coisas se lançaram no seu curso,

e eis o mundo molhado e sovertido

sob aquele sinistro e atro chuvido.


Os seres mais estranhos se juntando

na mesma aquosa pasta iam clamando

contra essa chuva estúpida e mortal

catarata (jamais houve outra igual).


Anti-petendam cânticos se ouviram.

Que nada! As cordas d’água mais deliram,

e Maria, torneira desatada,

mais se dilata em sua chuvarada.


Os navios soçobram. Continentes

já submergem com todos os viventes,

e Maria chovendo. Eis que a essa altura,

delida e fluida a humana enfibratura,


e a terra não sofrendo tal chuvência,

comoveu-se a Divina Providência,

e Deus, piedoso e enérgico, bradou:

Não chove mais, Maria! – e ela parou.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Thoreau

"Não é o que você olha que importa. É o que você vê." Henry David Thoreau

Salvador Dalí


 

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Camus

 “The purpose of a writer is to keep civilization from destroying itself.”

–Albert Camus

Ferreira Gullar - a função do poeta


 

Rainer Maria Rilke


quarta-feira, 7 de maio de 2025

La vida


 

Um dia

A vida tem dia que é isso aí 

Ela bate

E eu apanho

Mas um dia...

Um dia eu faço um poema

terça-feira, 6 de maio de 2025

segunda-feira, 5 de maio de 2025

sábado, 3 de maio de 2025

hum

tem dia em que a gente escreve porque a vida não rima

e vai que o verso encontra um sentido

e vai que a vida, se não rima, ruma

hum

Clarice Lispector


sexta-feira, 2 de maio de 2025