terça-feira, 30 de setembro de 2025
segunda-feira, 29 de setembro de 2025
domingo, 28 de setembro de 2025
Gilles Deleuze e Claire Parnet
“Escrever não tem seu fim em si mesmo, precisamente porque a vida não é algo pessoal. Ou, antes, o objetivo da escritura é o de levar a vida ao estado de uma potência não pessoal [...]. Escrever não tem outra função: ser um fluxo que se conjuga com outros fluxos – todos os devires minoritários do mundo. Um fluxo é algo intensivo, instantâneo e mutante, entre uma criação e uma destruição. Somente quando um fluxo é desterritorializado ele consegue fazer uma conjugação com outros fluxos, que o desterritorializam por sua vez e vice versa”.
Gilles Deleuze e Claire Parnet
sábado, 27 de setembro de 2025
Ernesto Sabato
prender a respiração
por quanto tempo consigo prender a respiração?
talvez até o fim da música
até o fim dos tempos
até o dia em que teus pés pousem sobre os meus
e o espírito absoluto se realize enquanto verso de amor
até o alarme tocar
até a linha da minha vida tocar a tua
sexta-feira, 26 de setembro de 2025
Regina Azevedo - Beijar você
Beijar você
Beijar você
na queda livre da montanha
russa – feito embrião
aprendendo a dar cambalhota.
Bolinhas cítricas explodindo
na língua. Um trote
desafiando a gravidade,
o batom vermelho desejando
pular da minha boca pra sua.
Nosso toque parece,
a olho nu,
Uma boiada pisoteando
uma teia de flores
Um filhote de orca separado
da família.
Mais de perto, a mão que passeia
é a mesma que dança
Nossos ombros unidos
fazem brotar orquídeas ou margaridas.
O que há de mais bonito é
A espessura do seu batimento cardíaco
A cor que meu cabelo adquire
de acordo com o raio da sua visão.
Sua pupila dilatada
muito perto da minha pupila dilata.
Seu sorriso diante da minha clavícula,
da ideia de estação,
do pensamento de que tudo,
inclusive o que se esconde na linha do horizonte,
é pura beleza.
Tudo, absolutamente tudo,
Mas no ponto mais alto do pódio
beijar você na queda livre
da montanha russa.
Regina Azevedo
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
quarta-feira, 24 de setembro de 2025
terça-feira, 23 de setembro de 2025
oração da madrugada
salva-me, ó categórica detentora dos tremores em minhas entranhas, da segunda que ruma para terça
arrebata-me, ó cigana dos calcanhares alucinógenos, em direção a céus cujo alcance da palavra ainda é pouco
suaviza-me, ó destinatária quiçá alheia de versos passados e vindouros, feito chá de camomila e shampoo de bebê
pulveriza-me, ó sacerdotisa de meu quadro imaginário e renascentista com pitadas de surrealismo, para que eu possa renascer como tua meia
pronuncia-me, ó senhora onírica de cada devaneio que atravesse minhas horas, pois pronunciado me realizo em função de tua boca
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
domingo, 21 de setembro de 2025
elocubrações de um domingo inclemente
as elocubrações dominicais de uma manhã de Sol, meus quase ais, eu quase só, salvo a gangue felina, e eu num desejo voraz por tua retina, tua narina, esquerda, quiçá, e quiçá uma cajuína, que ninguém é de ferro e o domingo é inclemente
sábado, 20 de setembro de 2025
sexta-feira, 19 de setembro de 2025
setembro
e chove em setembro, por essas bandas, por esses lados, lado de cá, cá estou, caçando ainda ipês, pedaços de céu, paçoquinha pra te presentear
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
terça-feira, 16 de setembro de 2025
Mario Benedetti
"Que alguém lhe faça sentir coisas sem lhe por um dedo em cima, isso é de se admirar.”
Mario Benedettisegunda-feira, 15 de setembro de 2025
segunda
a segunda-feira aterriza
impiedosa, implacável
ignoro
taco uma placa na segunda
"Dia de fazer verso"
domingo, 14 de setembro de 2025
Hermeto Pascoal
"A ditadura não resiste à música. Nada resiste à música. Nada, nada, nada.”
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Jung
"The sole purpose of human existence is to kindle a light in the darkness of mere being." -C. G. Jung
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
sede
coragem, dente cerrado, coração aberto, caos sabor maçã, chá de hortelã, balinha 7 belo, sete vezes dei a volta... não, péra, é outro poema, e são onze voltas, então acrescento quatro, uma volta pra cada suspiro, e minha sede, Fulana, minha sede é verso inquieto que busca teu decote
terça-feira, 9 de setembro de 2025
segunda-feira, 8 de setembro de 2025
verborragia
rasgo o verbo
quem sai em pedaços sou eu
costuro o verbo
o verbo me constrói
e construo conjecturas sobre teu calcanhar
conjugo saudades
domingo, 7 de setembro de 2025
sábado, 6 de setembro de 2025
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Lacan
"O amor, o amor, quer se comunique, quer flua, quer se funde, é o amor, ora." Jacques Lacan - Estou Falando com as Paredes - Ed Zahar.
tamanho poema
um poema do tamanho de uma garrafa de água com gás, pra beber em setembro
um poema amarelo, da cor do ipê florido
um poema florido, da cor do teu vestido
e se são possíveis dois dedos de prosa, um mindinho de poema
ou um poema sobre teu mindinho
um poema em espiral, com versos que rodopiam
um poema que pia e outro que espia, pela janela da fechadura
um poema janela, do computador ou da vida que não dá pra contar
um poema que é conto
um poema infinito, do tamanho do céu de Brasília, da dimensão do meu sentimento