quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

absurdo

te escrevo uma carta, levo a caneta ou teclado para passear, te escrevo umas linhas e acho tão charmoso esse "te" com t minúsculo no início, quase como se fosse uma invocação da tua figura, mas não uma invocação formal, mais como um sussurro que funcionasse como prece mágica, ou pedido ao pé da orelha, ou ainda senha de porta secreta... e ignoro a ênclise, pra te pôr primeiro, ouvindo Strokes e desdenhando do ponteiro, que se ri de mim, como há de se rir da carta, quiçá hipotética, ou carta da carta, carta ao quadrado, baralho do absurdo, e absurdo é não rir de si próprio...

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