quinta-feira, 2 de maio de 2019

Maio chuvoso

Maio se precipita e as tesourinhas continuam alagadas. Meu barquinho veleja a saudade e brinca de pôr-do-Sol. Notícias no jornal dão conta das hecatombes que espreitam de luneta. A poesia nunca foi tão necessária. O café sustenta as horas de ponto e amacia os suspiros. Careço eu de fazer versos. O trânsito é impiedoso, mesmo quando o verbo, por vezes, decida não transitar. Suspiro. Ora, hoje me lembrei de teus dedos, e calha à imaginação descobrir se das mãos ou dos pés, e cantarolei músicas de dedos. Cabe mais uma vez à imaginação desvendar o que isso significa. As ruas alagam e meu coração constrói jangadas. O país afunda e construo boias de poesia.

Nenhum comentário: