sábado, 16 de novembro de 2019

História da contagem do tempo

Passeia pelas casas, sobrevoando-as, como coruja inexorável, o tempo, pintado de relógio, que é pra eu poder transformar em números a infindável sucessão de instantes em que não te vejo. E não há dúvidas de que o intuito do relógio é só esse, partindo de Zeus, passando por Santos Dumont, que o aprisiona ao pulso, e chegando aos onipresentes celulares, a história dos ponteiros é a trajetória dos ponteiros  apontando pra ti. Mesmo os relógios digitais entram no estratagema, brincando de escrever teu nome com o acender e apagar dos tracinhos.Traçam a rota dos meus olhos fechados. Ampulheta é o quanto falta até Morfeu, vulgo Zé Pestana, me emprestar sua areia para que possa sonhar contigo.

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