sexta-feira, 8 de novembro de 2019

oferenda

Ofereço um verso ao Deus da palavra, edifico hermenêuticas em paralelepípedos e pleiteio uns poucos segundos de teus óculos sobre meus disparates. Disparo palavra por palavra em uma sequência de cadência aliterante e paro pra tomar fôlego quando queria mesmo era que o teu fôlego se perdesse em algum ponto do caminho entre Hanói e Banguecoque, e já reparou que dá pra perder o fôlego até quando se lê só em pensamento? É o díspar da palavra, o paro, pra ir até a esquina pra almejar tua sombra, o despir-se de um sentido para que outro floresça, e a flor é também oferenda ao tal Deus da palavra.

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