domingo, 2 de agosto de 2020

a festa dos sentidos²

sinto o gosto do pão de queijo, mordo a hora, a hora, e a hora me morde, trajada de teu perfume, arranca um quinhão, prepara um quentão, que eu bebo é teu beijo, eu beijo é teu queixo, me queixo da hora de novo, que é curta, que o quinhão foi pequeno, que mordo  a mordida e morro é no tato de me consumir em tempo, em tempo, já, de olfatar tua nuca, paladar teu nariz e sonhar teu umbigo, eu brigo, de novo, com a hora, e horo, e oro, até que o sentido do teu relógio seja a festa dos meus sentidos.

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