segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
A noite
Segundo a mitologia grega, a deusa da noite, Nix, é filha do caos e mãe do dia. Também mãe de Hypnos e Thanatos, ela percorre o céu com seu manto negro, e é origem simultanea de sonho e morte, representa a criação, o inimaginável e a perenidade, e, com suas horas que se arrastam, parece desdenhar do tempo. Drummond diz que "à noite nascem as revoluções" e talvez por isso seja ela temida e respeitada por todos os deuses, por ser o berço e o caixão do que é ou pode vir a ser.
Enciclopedismo à parte, a verdade é que a noite me parece verdadeiramente fabulosa, com sua imensa gama de possiblidades, ela traz junto a seu manto as tantas horas de solidão que são necessárias à confecção de qualquer ode que se julgue minimamente pretensa a chamar a atenção de Eros. Em caso de companhia, e talvez de Eros já ter sido acionado, a noite oferece seu manto aos que nela se aventuram, reservando apenas aos ouvidos queridos as palavras que, ao dia, padeceriam de acanhamento, ou simplesmente o silêncio necessário para que duas bocas se encontrem por um instante, ou uma eternidade, a ser decidido pela intransigência da ampulheta. E a iluminação? Simplesmente fantástica... a lua passeia através do manto da noite, com o intuito de prover as necessidades mínimas ou melancólicas daqueles que perambulam através dos domínios de Nix. Enlouqueci? Talves seja Morpheus a desempenhar seu incansável trabalho.
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Um comentário:
divino
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