segunda-feira, 3 de março de 2008

ausência

Algo que sempre me causou estranheza foi a definição de ausência. Que diabos é ausência? Como é que se define concretamente algo que em sua essência (palavra perigosa, essa) é o não ser, não estar? E buraco? que é buraco? É o pedaço que falta a algo? Mas aí não é buraco, é pedaço de algo.
Ausência é copo de pinga na mesa quando ela parte? buraco é tropeço de bêbado? ausência é segunda de manhã e sua cama vazia? A ausência é sensação? é a falta que te faz o dinheiro que o governo te roubou em cargas tributárias? é o peso daquelas mãos que ainda parecem pousar sobre seus ombros? O engraçado é que apesar de não conseguir definir, uma imagem alegórica me vêm a mente, a da seta wittegenstaniana que se lança errada sobre o mundo, mas isso continua não definindo porra nenhuma.

Houaiss
ausência
    substantivo feminino
  1. afastamento temporário de uma pessoa de seu respectivo domicílio, dos lugares que freqüenta etc.
  2. Rubrica: termo jurídico.
    desaparecimento de um indivíduo de seu domicílio, reconhecido como tal através de sentença judicial
    Obs.: cf. desaparecimento
  3. o não-comparecimento a compromisso, evento etc. ao qual se é esperado
  4. tempo em que se está ausente
    Ex.: muita coisa aconteceu na sua a.
  5. inexistência, carência, falta
    Ex.: a. de certos gêneros alimentícios nos supermercados
  6. Rubrica: neurologia, psicopatologia.
    perda transitória de consciência, que freq. se observa na histeria e na epilepsia
  7. Rubrica: psicopatologia.
    falha de raciocínio
Acho que a única que chegou perto de me convencer foi "substantivo feminino". rs

23 comentários:

Anônimo disse...

rs [:)]"substantivo feminino" foi ótimo! rrsrs

é estranho vc falar em ausência, quando a palavra que mais me vem à mente é solidão... esta, certamente, é uma grande ausência, mesmo que às vezes nem saibamos ausência de quem ou de quê.
Lembrei-me de uma frase que não conhecia e há pouco foi-me apresentada por uma amiga; ela me disse que é de Nietzsche, mas não tenho certeza... é mais ou menos assim:
"ODEIO QUE ME ROUBEM A SOLIDÃO SEM ME OFERECER COMPANHIA".

Orlando Biano disse...

Segundo São Google, é de Nietzsche... aliás, bela frase, juro que não conhecia.
Sabe que, em meios às tantas multidões do dia-a-dia (esse treco têm hífem?), também me pergunto sobre a solidão? Passo por tantas pessoas e não reparo em um só rosto. Isso é solidão? Me pergunto se esse maldito sentimento é consequência do modelo que impregna nossa cabeça há séculos, segundo o qual temos de achar o amor-de-nossas-vidas (acho que peguei gosto pelo hífem) custe o que custar, se é simplesmente a angústia heideggeriana, ou se é fruto da vontade Schoppenhauriana. Se eu estiver sendo pedante, por favor me avise... rs Ah é, faltou uma possibilidade, minha incompetência... rs

Anônimo disse...

rsrsrs... pedante, nem pensar!
Esta questão "achar a alma gêmea, "amor da vida", sei lá, o que quiser, me apavora um pouco, não por temer ficar pra titia (que coisa mais antiga, hehe), mas justamente pelo pensamento geral que se vc está sozinho, é um pobre coitado, mal amado, essas coisas.
As pessoas não entendem que a solidão (já proclamada pelo poeta como 'mal do século'), às vezes pode ser um mal necessário, vital pro autoconhecimento (diga vc se tem hifen, hehe), ou até mesmo uma opção... penso que é mais válido ficar sozinho que viver uma solidão acompanhada.
Agora sou eu quem me desculpo se estou sendo pedante... kkk

Jeusa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

outra coisa:

quanto à incompetência, a única coisa que posso dizer é que, se for este o caso, não se preocupe! Não estás sozinho neste barco... somos dois incompetentes então, hehehe

... mas não acredito muito nesta possibilidade...

Orlando Biano disse...

olha esse texto bacana do Rubem Alvez, de onde tirei aquele trecho de Drummond
A solidão amiga


A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão...

Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.

Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, "parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis". A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: "Como se comporta a Sua Solidão?" Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.

Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: "Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você." Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.

Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim:

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.!"

Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que "o inferno é o outro." Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro dia... Mas, voltando a Nietzsche, eis o que ele escreveu sobre a sua solidão:

"Ó solidão! Solidão, meu lar!... Tua voz – ela me fala com ternura e felicidade! Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas. Pois onde quer que estás, ali as coisas são abertas e luminosas. E até mesmo as horas caminham com pés saltitantes.

Ali as palavras e os tempos
poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim a falar."

E o Vinícius? Você se lembra do seu poema O operário em construção? Vivia o operário em meio a muita gente, trabalhando, falando. E enquanto ele trabalhava e falava ele nada via, nada compreendia. Mas aconteceu que, "certo dia, à mesa, ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo naquela casa – garrafa, prato, facão – era ele que os fazia, ele, um humilde operário, um operário em construção (...) Ah! Homens de pensamento, não sabereis nunca o quando aquele humilde operário soube naquele momento! Naquela casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que nem sequer suspeitava. O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de operário, e olhando bem para ela teve um segundo a impressão de que não havia no mundo coisa que fosse mais bela. Foi dentro da compreensão desse instante solitário que, tal sua construção, cresceu também o operário. (...) E o operário adquiriu uma nova dimensão: a dimensão da poesia."

Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: "As obras de arte são de uma solidão infinita." É na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta.

E me lembro também de Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond:

"...Não me parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos... Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde erraria a verdadeira Cecília..."

Sim, lá estava ela delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe, muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha.

O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui convidado a ir à casa de qualquer um deles. Nunca convidei nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão...

A sua infelicidade com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você compara a cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada ) dos outros, em celebrações cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da inveja. Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor da comparação. Ela não é verdadeira.

Mas essa conversa não acabou: vou falar depois sobre os companheiros que fazem minha solidão feliz.

(Correio Popular, 30/06/2002)

Anônimo disse...

Nossa, gostei! Este texto é muito bom! Nunca li nada do Rubem Alves....

Mas, me diga: "Quais os companheiros que fazem sua solidão feliz?"

[:)]

Orlando Biano disse...

Meus companheiros? Meus bons companheiros... são tantos, a contemporaneidade é tão fantástica nesse sentido, que acho que minha perene existência não será suficiente para que faça juz a todos. Adoro meus livros, mesmo os que não li ainda. Ocasionamente os namoro, só pra saber que estão lá, e que contém tantos mundos possíveis que até Leibniz ficaria com injeja. Gosto de filmes, de hqs, de animes, de mangás, de video-game (quem nunca jogou Silent hill não têm noção do quanto um jogo pode ser pertubador). Costumo dizer que minha vida é curta para todos os livros que pretendo ler, todas as músicas que pretendo ouvir, todos os filmes que pretendo ver e por aí vai...
mas e os seus? que faz do seu tempo?

Anônimo disse...

Bem, meus companheiros não são muito diferentes dos seus... não é plágio, hehe, mas adoro meus livros tbm, embora não tenha lido um terço daqueles que almejo...
Amo música, cinema, literatura, teatro...

O que alegra minha solidão? As fotos dos meus amigos na parede, a Santa Rita que me olha compadecida, o elefantinho (rsrs)que ganhei de presente de aniversário de um amigo (ele disse que era mais uma companhia pra mim), mas sempre que me perguntam como suporto a solidão, se não fico deprimida, respondo que meus livros, meus cd's e dvd's são minhas melhores companhias... Deles não me canso!
Acredito que sempre vai haver um bom livro pra ler, uma música pra me encantar, um filme pra rir ou chorar...

Mas... eu nunca joguei Silent hill, conheço pouco de games, animes, mangás...

Vivo um pouco quietinha no meu mundo, mas o que mais tenho feito com meu tempo,..., ultimamente tenho me dedicado ao Livro do Desassossego... perdoe o clichê, mas ele tem me deixado cada vez mais desassossegada...

ah... ia me esquecendo... ler seu blog!!! Pra mim tem sido um prazer, um aprendizado, uma companhia para as madrugadas, enfim...
tô meio chata hoje, né? kkkk

Então, vou mandar um dos meus retratos pra vc...

"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que não sei o nome, cores de Almdóvar, cores de Frida Kahlo, cores


Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome nos meninos que têm fome

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado"

Adriana Calcanhoto

Orlando Biano disse...

Fico lisonjeado pela parte referente a meu tosco blog... e simplesmente adoro essa música da Adriana. Em cada aniversário meu, faço questão de me dar um presente, em um deles me presentei com o "público" da Adriana.
Nesses ultimos tempos tenho ouvido diariamente uma com a Nana Caymmi:

Resposta ao Tempo
Nana Caymmi

Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento...

Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo...

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei...

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos...

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto...

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver...

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer...

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto...

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver...

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer...

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer...


Nossa, me acabo ouvindo essa música.
Engraçado, tenho o boneco de um porco, desses que se coloca a mão dentro pra movimentar, devidamente apelidado de Napoleão, em homenagem a "revolução dos bichos" de Orwell.
Com relação a animes, contrariando os conselhos do meu professor, sempre aconselho alguns longas que considero fantásticos, como "Túmulo dos vagalumes", "5 centímetros por segundo", "Perfect blue", entre outros

Anônimo disse...

rs

eu também tenho esse hábito, sempre procuro me presentear, mas não só no aniversário, hehe, no Natal tbm!
Ultimamente tem sido filmes, porém tenho enfrentado a ira de alguns amigos que dizem que gasto dinheiro a toa, comprando cd's, dvd's, qdo podemos simplesmente baixar na internet... mas não ligo, se vou me dar um presente, ele tem que ser o melhor possível, não é?

Obrigada pelas dicas dos animes, gosto de conhecer coisas novas, mas esqueci de perguntar: o que vc gosta em matéria de hqs?

Quanto à canção da Nana... adoro!!
Acho essa música muito linda, perfeita... inclusive, vou escutá-la agora em sua homenagem!! rsrs


Que músicas vc gosta? Não gosto muito de música estrangeira, com excessão de U2, Beatles, The Doors e mais uns poucos... prefiro as "nacionais", rsrs
Acho que pela compreensão... tem certas coisas que em português soam de maneira especial...

Nos últimos tempos tenho escutado muito o Paulinho Moska...


Tudo Novo de Novo


"Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos"

Orlando Biano disse...

meu gosto musical é uma completa bagunça. Por esses dias baixei um cd com a Fernanda Takai cantando Nara Leão, tb baixei a trilha sonora de "Hilda Furacão" e de "Despedida em Las Vegas"... um dia ouço Los Hermanos e no outro uma banda finlandeza que acabo de descobrir... numa hora ouço Cazuza até pensar que vou me desfazer, e na outra ouço Frank Sinatra... há dias e que ouço Nirvana... meu gosto musical é tão confuso quanto eu. Sobre a coisa da língua, me preocupo com isso especialmente em relação à poesia. Aprendi um pouco de francês só pra tentar ler um pouquinho de Baudelaire, de Rambaud. Eu arranjo alguma versão bilingue e fico comparando a versão original com a tradução e minha versão do poema. Não me habituo a poesia traduzida, sempre lembro de "navegar é preciso, viver não é preciso"... é praticamente impossível traduzir isso pro inglês, por exemplo. Seria necessário um texto de pelo menos meia folha que explicasse as várias interpretações possíveis, e isso tiraria toda a beleza da coisa. Acho que por isso não me aventurei a ler Fausto até hoje, por ser escrito em versos e eu desconhecer alemão.
Com relação a hqs, estou um tanto afastado desse universo, mas sempre adoro as obras de Frank Miller, como Sin City. Gosto de alguns títulos do universo Vertigo, como Sandman, Morte, etc. Quando era pivete gostava de homem-aranha, x-man, mas não tenho tido estômago pra isso, não sei se os argumentos pioraram infinitamente ou me tornei mais exigente.
Com que tipo de filmes costuma se presentear?

Anônimo disse...

engraçado vc falar do cd da Fernanda Takai (gosto muito da voz dela)com repertório da Nara Leão, pois nesta madrugada fiquei esperando o Altas Horas só pra vê-la cantando justamente as canções do álbum...

Gosto muito de Los Hermanos (acho que já escutei 'O ultimo romance' zilhões de vezes), de Adriana Calcanhoto, Maria Bethânia, sou apaixonada pelo Zeca Baleiro, entre outros...

O meu problema com a língua é, principalmente com inglês (rs, tenho um amigo que diz que não sabe como não falo inglês com tanto filme nesta língua que assisto... ele diz que qualquer dia eu vou acordar falando inglês, sei lá, aprendendo por osmose, kkk)
já com francês, não tenho grandes problemas, ainda bem, pois, como vc, gosto de ler a poesia no original...infelizmente, não tenho tido muito tempo pra isso...

Eu gosto muito dos hqs antigos do homem-aranha, x men, hulk... (cheguei a comprar a colação do aranha e x men 2099, porém meu irmão foi morar em Blumenau e levou todos, inclusive o meu predileto, Homem-ARanha 100), hoje não tenho mais lido...

Quanto aos filmes, tenho um gosto meio confuso, como o seu musical... rsrs... gosto de romance, comédia, suspense, drama, só não curto muito filmes de terror e artes marciais (tipo Jet Li, Jack Chan).

O último que me dei de presente foi 'O Fabuloso destino de Amélie Poulain', um filme francês fantástico, rodei muito até encontrá-lo, mas tbm comprei alguns que já tinha visto, como 'O último imperador', 'Cidade de Deus', 'Amores Brutos', 'Brilho Eterno de uma mente sem lembranças', e outros, como 'As horas' e 'Confissões de uma mente perigosa' que ainda não vi.

Um filme que tenho visto bastante é 'Orgulho e Preconceito', do Joe Wright... não sei, talvez esteja passando por uma fase de 'filmes ingleses', mas gostei desse romance e não me canso de assisti-lo.
Não tenho ido muito ao cinema, o ultimo filme que vi foi justamente do Joe Wright, 'Desejo e Reparação', vc viu? A história me impressionou bastante, mas depois comento o porquê...

Em matéria de dvd's o melhor presente que me dei foi o boxe de "Os Maias". Eu amo o livro e acho que a minissérie foi muito bem produzida... e, em livros, o dia que fiquei mais feliz foi quando, finalmente, consegui as obras poética e prosa do Pessoa,... pra mim, foi a glória!!!
kkkk

Vc gosta de que tipo de filme?

Anônimo disse...

ah, esqueci de dizer: comprei tbm 'O labirinto do Fauno', mas ainda não assisti, snif, snif...

Orlando Biano disse...

Achei "O labirinto do Fauno" simplesmente mágico... assim como vc, tenho ido pouco ao cinema, nem me lembro de qual o último filme que assisti lá. Mas quero assistir a "Sangue negro" do Paul Thomas Anderson e "onde os fracos não têm vez" dos Coen, não só por terem sido os queridinhos do Oscar, mas pq gostei muito de "Magnólia" e de vários dos Coen.
Tb costumo me presentear com alguns filmes. Minha prima outro dia me disse "nossa, vc têm todos os filmes bons", mas tive de responder "não, só que todos os filmes que tenho são bons" rs. Presunção minha, é claro. Mas tenho realmenete alguns filmes bacanas. Tenho o "brilho eterno" que adoro, tenho um que, não sei se teve a oportunidade de assistir, acho simplesmente maravilhoso, "encontros e desencontros" ("Lost in translation", no caso do português eles se perderam na tradução duas vezes. Desculpe mas não pude resistir à piada infame) da Sophia Coppola, que considero de uma sensibilidade ímpar. Tb possuo o "amores brutos", mas já vi os outros dois da trilogia, "21 gramas" e "babel". Tenho "sonhos" do Kurosawa, sem palavras pra descrevê-lo. Enfim, tenho vários, devo possuir uns 60 filmes. Adoro comprar livros ou filmes.
hahaha Adoro "o último romance", realmente gostaria de ver um curta ou uma animação em cima dessa música, mas tb gosto bastante de "O vento" e "casa pré-fabricada".
Infelizmente ainda não tive oportunidade de assistir a qualquer filme de Joe Wright, embora já tenha recebido indicação desses dois filmes que vc mencionou. ainda os assisto.
Tb gosto muito da voz da Fernanda Takai, fico ouvindo "nada pra mim" constantemente.
Homem-aranha 100 é o do casamento com a Mary Jane, né? tive de barganhar horrores pra conseguir do meu amigo, mas hoje nem tenho mais. adorava o universo marvel quando era pivete. Que saudades...
Aprendi inglês praticamente jogando video-game... rs. Só pra jogar Silent hill e Metal gear já vale a pena. Fiz um pouco de francês e de japonês. é realmente interessante aprender uma língua com conceitos completamente distintos dos conceitos da sua. Um dia ainda volto a estudar. Mas tanto meu francês quanto meu japonês estão enferrujados.

Anônimo disse...

rs

infelizmente não tive tempo de assistir ainda 'O labirinto do Fauno',...
Quero muito assistir tbm a 'Sangue negro'e 'Onde os fracos não têm vez', tenho que ir logo, porque se for esperar minha vida voltar à normalidade...
'Magnólia' não vi ainda, mas assisti a 'encontros e desencontros' no cinema. Adorei, achei um filme muito sensível, desconcertante até... rs Engraçado vc falar em 'perdidos na tradução', porque um antigo professor meu, Adalberto Muller, não sei se conhece, escreveu um artigo sobre esse filme cujo título era justamente "Perdidos na tradução", se vc tiver interesse em ler, posso manda-lo pra vc... achei o artigo bem interessante. Citei 'o último romance' porque é a minha predileta (não sei se é viagem, mas acho que essa música é meio utópica, não sei, mexe muito comigo, mas em matéria de Los Hermanos eu sou suspeita, gosto de praticamente tudo. Acho tua idéia de um curta ou animação muito boa, por que não se aventura a realiza-lo?)", tbm gosto muito de 'casa pré-fabricada', acho que é o tipo de música que embala os sonhos de muita gente.
Fernanda Takai é demais, gosto mais de 'Nada pra mim' na voz dela que na de Ana Carolina...
Bem, Homem-aranha 100 é sim o do casamento com a Mary Jane..., mas tbm tenho uma revista do universo paralelo "o que aconteceria se Peter Parker não tivesse se casado com Mary Jane", infelizmente, essa meu irmão tbm "roubou", rsrs!

Tenho um amigo que aprendeu inglês como vc...rs, no meu caso, acho que é mais bloqueio mesmo...
De japonÊs não sei nada, mas sou formada em francês, tenho até alguns alunos, kkkk... mas eu mesma sou aluna de espanhol, acho que meu destino são as línguas latinas...se quiser ajuda no francês... rsrs .

Orlando Biano disse...

Português e espanhol são das únicas línguas que diferenciam "ser" de "estar". Na verdade são as únicas que conheço que fazem isso. é estranho, me parece algo tão básico. Heidegger admitiu ter injeva disso em relação ao espanhol.
Ah se fosse possível um "o que aconteceria se..." na vida. rs

Anônimo disse...

Isso tbm é uma coisa que sempre me intrigou... inclusive acho bastante interessante a expressão do espanhol pro estado civil, por exemplo... eles não dizem "sou casado" ou "sou solteiro" como nós brasileiros... mas sim "estoy casado", o que corresponde à realidade, não é... pois em matéria de relacionamentos estamos sempre em "estágios", fases, tudo é transitório...

rs ... Não sabia que Heidegger havia admitido isso...

Concordo com vc, se fosse possível um "o que aconteceria se..." na vida...

não sei no seu caso... mas pra mim representaria a chance de viver de uma forma mais intensa, ou não... rs

"O tempo que eu hei sonhado
Quantos anos foi de vida!
Ah, quanto do meu passado
Foi só a vida mentida
De um futuro imaginado".

Pessoa

Orlando Biano disse...

"Uma vez nao conta, uma vez é nunca. Nao poder viver senao uma vida é como nao viver nunca"
Kundera

De um dos meus livros prediletos.

Anônimo disse...

é de "A insustentável leveza do ser", não é?

Orlando Biano disse...

isso mesmo, que aliás estou relendo.

Jeusa disse...

estou com vontade de lê-lo novamente...

Jeusa disse...

http://www.youtube.com/watch?v=yxdC-QL7e3I&NR=1