terça-feira, 31 de outubro de 2017

Hello-in

Você era dama de vestidos de estrela cadente e eu, abóbora, fazia cara de bobo, babava pro teu decote
E, na dança, você pintava não um sete, mas um céu, e eu, em vez de sapo, era sapato, vestia teus pezinhos em noite fria
E a sopa que eu te dava te fazia rir com os trocadilhos
E eu trocava os pés pelas mãos, os "P"s por ipês, queria da língua era teu tato
E tateava a noite, buscando tu e você, em fantasias tupiniquins, importadas e até de outros mundos
Você transcendia meu caso reto e eu me candidatava ao emprego de ratinho que leva tua carruagem
Carregava poemas em baixo do braço e você carregava um sorriso que me fazia desejar três vezes que amanhã fosse sábado

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