Que processo é esse, o de fazer poesia, em que quase toco o céu da tua boca em um instante e no outro despenco, asas chamuscadas, em direção à labuta devoradora de horas e de homens? Um consumir e ser consumido pelo verso, buscando fazer da palavra um atalho, um fim e um meio, um tudo feito de nada além de palavras. Quimera que vela teu sono enquanto teus pensamentos caminham distraídos a ponto de não notarem o aceno de um vocábulo tímido, ou meu devaneio de imaginar teu hipotético sorriso ao tropeçar em um verso, contanto que não rale o joelho, claro.
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